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Construindo sistemas científicos preparados para o futuro no Sul Global

As tecnologias emergentes estão remodelando a forma como a ciência é conduzida e oferecem um potencial significativo para fortalecer os sistemas científicos no Sul Global – se sua adoção for orientada por abordagens inclusivas, bem fundamentadas e sensíveis ao contexto. Como garantir que essas tecnologias contribuam para sistemas científicos mais equitativos e resilientes, em vez de reforçar as disparidades existentes, foi o foco central de um recente retiro estratégico coorganizado pela Academia Africana de Ciências e pelo Centro para o Futuro da Ciência do Conselho Internacional de Ciências, com o apoio do Centro Internacional de Pesquisa para o Desenvolvimento (IDRC) do Canadá.

A recuar reuniu especialistas e líderes institucionais de várias regiões para examinar como tecnologias como inteligência artificial, robótica, realidade virtual, conectividade avançada e plataformas de dados já estão influenciando a pesquisa — e quais medidas práticas são necessárias para garantir que atendam à ciência e à sociedade no Sul Global.

Estabelecendo as bases para uma inovação equitativa

Os participantes enfatizaram que as barreiras à adoção de tecnologias emergentes não são de natureza tecnológica. Em vez disso, refletem os desafios estruturais mais amplos enfrentados pelos sistemas científicos em muitas partes do Sul Global – infraestrutura limitada, instituições subfinanciadas, ambientes políticos fragmentados e acesso desigual a recursos e oportunidades.

Para permitir que as tecnologias agreguem valor aos sistemas científicos e às sociedades que atendem, os participantes identificaram diversas áreas de ação, incluindo:

A. Alinhamento da ciência e da política: São necessários mecanismos mais fortes para garantir que a pesquisa informe as agendas políticas e que as políticas permitam sistemas científicos robustos e voltados para o futuro, especialmente em áreas em rápida evolução, como IA e governança de dados.

B. Investir em comunidades científicas inclusivas: Promover a equidade de gênero e intergeracional é essencial para construir ecossistemas de pesquisa resilientes e preparados para o futuro.

C. Curadoria e preservação de ativos de dados: O acesso equitativo aos dados científicos é apenas parte da equação. Também é preciso atentar para a forma como os dados – e as ferramentas, metadados e conhecimento que eles sustentam – são curados, governados e preservados para o benefício público a longo prazo.

D. Construindo habilidades para o futuro: É necessário apoio para competências técnicas e de dados, cultura científica e capacidade de avaliar as implicações sociais e econômicas mais amplas das novas tecnologias.

E. Criação de condições para troca de conhecimento: Abordagens adequadas e equitativas para o compartilhamento de conhecimento são vitais para garantir que as inovações tenham relevância local, mas potencial para impacto global.

F. Avaliação da prontidão institucional: Estruturas comuns podem ajudar instituições de pesquisa a avaliar se estão preparadas para se envolver significativamente com tecnologias emergentes — e onde é necessário mais suporte.

Fundamentalmente, esses esforços devem ser respaldados por investimentos sustentados e estratégicos. Sem o apoio financeiro e de capacitação necessários, mesmo as tecnologias mais promissoras terão dificuldade para se consolidar em sistemas científicos que continuam com recursos insuficientes.

O que vem a seguir: perfis de tecnologia para políticas e ações

As ricas discussões do retiro agora alimentarão um conjunto de perfis de tecnologia – resumos analíticos elaborados para explorar o impacto potencial de tecnologias selecionadas nos sistemas científicos do Sul Global. Esses perfis fornecerão uma visão geral estruturada de como as ferramentas emergentes são utilizadas atualmente, as oportunidades e os riscos que apresentam e as condições favoráveis ​​necessárias para sua adoção efetiva e equitativa.

Os perfis servirão como um recurso para formuladores de políticas, financiadores de pesquisas, instituições acadêmicas e atores do setor privado comprometidos em apoiar sistemas científicos inclusivos e voltados para o futuro. 

À medida que esta agenda evolui, a Centro para o Futuro da Ciência do ISC e os seus parceiros continuarão a criar espaços para reflexão, colaboração e previsão estratégica – garantindo que o Sul Global não seja apenas incluído nas conversas sobre futuros da ciência e tecnologia, mas desempenha um papel de liderança na sua formação.

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