Report, Estratégia, planejamento e revisão
2. A ciência num contexto global em evolução
As prioridades e práticas da ciência são determinadas tanto pela dinâmica interna da investigação científica quanto pelos contextos sociopolíticos contemporâneos. Ambos são cada vez mais moldados por duas preocupações fundamentais:
Os grandes desafios contemporâneos enfrentados pela humanidade têm impactos globais que exigem respostas globais que quase invariavelmente exigem um forte engajamento do mundo da ciência. Como mostra a gama de desafios incorporados na Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, esses problemas geralmente são altamente acoplados e profundamente complexos. Os cientistas são cada vez mais esperados não apenas para avançar na compreensão científica de sua natureza, mas também para fazer contribuições decisivas para resolvê-los. A pressão sobre a ciência é produzir conhecimento “acionável” que responda às necessidades e expectativas da sociedade e que apoie respostas sociais transformadoras aos desafios do presente e do futuro previsível.
Um novo mundo digital está fornecendo níveis sem precedentes de conectividade global que tem implicações poderosas para as relações entre cidadãos, mídia, representantes eleitos, grupos de interesse e especialistas e, mais amplamente, entre ciência e sociedade. O uso ubíquo de ferramentas de software e mídias sociais possibilitam a democratização dos processos pelos quais o conhecimento e a informação são gerados e utilizados. Para a ciência, esse mundo digital oferece grandes oportunidades para alcançar novos públicos. Mas também conduz a uma dinâmica “pós-especialista” na qual as pessoas consideram o acesso à informação como algo que evita a necessidade de interpretação científica. Permite a disseminação de desinformação e seu uso crescente como agente de ativismo político, estratégia e formulação de políticas. Confiança reduzida nas instituições, acusações de elitismo e tendências mais amplas em direção à política populista representam desafios fundamentais ao valor da investigação científica deliberativa. Embora os cientistas ainda desfrutem de altos níveis de confiança do público em muitas partes do mundo, esses desenvolvimentos mudam a dinâmica política de maneira que torna mais difícil para a voz científica ser ouvida.
garantindo sua relevância prática para problemas globais complexos que nenhum país e nenhuma disciplina podem resolver por conta própria. Isso vai
exigem uma colaboração científica internacional fortalecida que aproveite as perspectivas científicas e o conhecimento de todas as partes do mundo. Exigirá uma integração fortalecida do conhecimento por meio de uma colaboração interdisciplinar aprimorada, envolvendo o enquadramento conjunto de questões e o projeto, execução e aplicação colaborativos de pesquisa em diferentes campos da ciência. E exigirá novas formas de trabalhar no modo transdisciplinar de envolver tomadores de decisão, formuladores de políticas e profissionais, bem como atores da sociedade civil e do setor privado, como parceiros na co-design e co-produção de conhecimento orientado a soluções.
defendendo o valor e os valores inerentes de toda a ciência – da ciência fundamental à ciência engajada nas partes interessadas – para a sociedade. Isso inclui a comunicação eficaz do conhecimento científico em relação a uma ampla gama de questões contemporâneas. Significa promover o apoio contínuo à investigação disciplinar focada e
curiosidade científica irrestrita. Significa também defender o investimento em educação científica, pesquisa e desenvolvimento, particularmente nos países menos desenvolvidos
(LDCs) do mundo.